domingo, janeiro 21, 2007

Rito de Amor










Rito de Amor












Minhas palavras possuem
um conteúdo quente de saudade.
E a melodia desmaia no escondimento,
nesse recôndito de minhas fábulas poéticas,
nesse silêncio de deus,
onde te encontro cálida à minha espera.

E, te recebo emocionado,
revivendo as emoções de estar em ti mil vezes
por segundo,
e te aproximo de minhas folhas amareladas
em busca de inspiração para sobreviver
ao colóquio inerente da alma.

Fico contigo, me perdendo dentro delas,
sentindo seus braços numa pressão carinhosa,
chegando ao coração num rito estranho de amor...

Minha vida é uma saudade diária,
surdinando no tempo os passos que nunca demos juntos,
na realidade que assiste nosso amor ser propagado ao infinito,
no entendimento com Deus.

Fico contentando-me com o limitado,
quando minhas mãos parecem ser conduzidas por ti,
marulhando dentro do peito, que bate convulsivamente
nas paredes apertadas em nosso mundo
e, na minha espera.

E, fantasio tudo muito depressa!

Farto-me da alegria e te espero,
mesmo que jamais testemunhe teu chegar...

E quando digo que te amo, é com o apetite infinito
de mensagens revelando e levantando do chão,
uma esperança que não acaba nem sacia...

A tua sombra consegue atar meus pensamentos
numa felicidade perambulante, benevolando
a febre de um beijo que jamais trocamos,
dos hábitos que fariam de nós
amantes felizes perante o amor...

Meus lábios querem abandonar-se num sorriso,
mas os olhos se perdem na saudade simultânea
dos segundos.

Fica comigo uma vontade enorme
de medir teu coração,
nas circunstâncias da vida
e nas razões dos sonhos.

E limitando tudo,
a impossibilidade.

Fica comigo o silêncio obscuro.

Piedoso de minha loucura,
tentando discutir a minha angústia,
o meio-nada, o meu telhado de vida
que ameaça desabar em tua ausência eterna.

E meu cabelo revolto ao vento
que canta alto este amor ardente e,
sonhado.

E fico seguindo caótico as horas de tua chegança.

Cego.
Coração exausto da espera
de toda uma vida.

E quando chegas,
novamente vejo auroras e crepúsculos,
quando sinto teus olhos me limitando a ser
mais uma vez, extasiado.

Quero derramar lamentos culpando-te
pela ânsia...

Louco, afoito, venerar teu rosto
acreditando que vieste dos céus
e que tens nas mãos a chave de todos os meus anseios,
capaz de diminuir distâncias
e transpor galáxias...

E quando me abraças...
mergulho em ti, para a loucura.

E se te coloco inteira,
em minha vida.

Me coloco inteiro,
em tuas mãos...


(Paulo  Athos)

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