Memória e verdade, inegociáveis
Memória e Verdade, inegociáveis. Uma a uma vão se apagando as lembranças, como se habitasse a vida o esquecimento, e da terra evaporasse o sangue, e do éter os gritos dos nossos mortos. Porque esse silêncio? Porquê esse descaso? Por onde andará minha criança? Eu quero saber! Preciso saber para viver, pois não saber é viver a morte. Não aceitarei o desatino dessa incerteza, pelo menos, não calado! Se o destino é parado, que espere, estou chegando. Que se calem as gentes, o Estado e os quartéis; que parem as rotativas, ou que continuem triturando a verdade e a história, semeando mentiras. Que se cale a consciência dos carrascos, que continue calada a legião dos omissos; que se fartem, com o silenciar dos ais que habitam os porões; que esqueçam o balé de meninos com dragões; que se satisfaçam com o silêncio dos canhões! Mas, não eu! Não calarei! Não darei aos algozes o prazer da rendição, que mais que isso é conivência, é silêncio de covarde, e, como ele, deve ficar insepulto, vísce