Ano macunaíma
Ano Macunaíma Ouvi gente maldizer as horas do tempo desse ano que se despede deixando marcas nas praças e nas gentes, como fosse ele amaldiçoado, um pária, despojado até do direito de ter passado, de ser lembrado. -"Ano macunaíma, sonso e cretino assim, nem deveria ter existido", ouvi numa esquina, de duas mulheres vestindo camisetas verde-amarelas. Realmente 2016 foi um ano ladeira abaixo para a maioria: os pobres, os banidos, os excluídos, as minorias que fazem parte dessa maioria de despossuídos de direitos que formam a grande base da pirâmide: a massa. A bandeira da luta de séculos em busca de alguma justiça e igualdade social não resistiu desfraldada muito tempo; pouco mais de uma década e, durante ela, não passou uma semana inteira sem que sofresse atentados. Uma, duas vezes, três vezes! Mas, quatro vezes era insuportável. Que negócio é esse de sairem da senzala? do jugo? Que papo é esse de invadirem meu shopping? Minha praia vá lá, água e areia te