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Mostrando postagens de 2008
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PRECE POR 2009... PRECE POR 2009... É poente 2008. Sol que se põe no céu do tempo, de um tempo que deixou marcas profundas na Terra e nos homens, e cicatrizes também. Marcas e cicatrizes têm semelhanças, mas são diferentes. As marcas cinzelam a alma que se amolda pela experiência da lágrima ou do sorriso, fazendo o homem se tornar maior e a Terra melhor. Cicatrizes mutilam, amputam, ceifam sonhos e deixam a Terra mais pobre. Não por culpa do ano poente, mas sim do homem, tivemos muito mais cicatrizes que marcas e a Vida e a Natureza não nos perdoarão por isso. As marcas que mais me tocaram de forma indelével, foram quase todas de atos de heroísmo do homem diante do imponderável. Muitos foram os heróis anônimos, em Santa Catarina. Esses heróis anônimos é que ainda dão esperança e paciência a Deus. As cicatrizes também tiveram origem no mesmo homem, anônimo ou não, como aqueles que nã
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PRESENÇA DA AUSÊNCIA NÃO É AUSÊNCIA DE AMOR Sim, ando sumido. Mas estejam certos de que não esqueço das pessoas queridas. Estão nas minhas preces e nas manhãs e nas tardes mais bonitas de minha vida. Não tenho os dias ligeiros. Tenho as horas ligeiras. Parece igual, mas é diferente. Não corro pelo tempo mas o Tempo corre em mim. Não dá para entender, não tentem. Sou dessas pressas que podem parar para observar as tardes de primavera passarem (não sei se repararam, mas são mais azuis os seus céus), e me encontro nessas horas perdidas em contemplação, como que a querer reter na memória as cores e perfumes que chegam a mim, ou que imagino que chegam. Não tenho falado muito com essas pessoas queridas por meu coração. Não tanto quanto deveria, e muito menos que meu querer. As vezes me assusto com o fato de perceber que não disse os tantos ‘eu te amo’ que existem em meu querer, aos amores que vivem ao meu redor, a mim

NÃO SOU HERÓI

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NÃO SOU HERÓI Não quero ser herói. Heróis não choram, não sentem dor. Heróis não deitam com a angústia, não brigam com a insônia, contando o tempo, os segundos, a toda hora com o coração acelerado ao ouvir uma porta que bate ao longe, o barulho da freada brusca de um carro, ou de uma sirene que corta com seu lamento o silêncio da madrugada, enquanto espera o último filho chegar em casa. Heróis não se assustam com o telefone que toca no meio da noite madura que se debruça na madrugada chegante, e pulam da cama como o mais imaturo adolescente, sentindo a boca seca, o coração disparar, o corpo tremer, num desassossego de alma impossível de descrever, até que ouve do outro lado uma voz amada dizer: “- Fica frio, pai, tô numa boa com a galera. Não esquenta que daqui há pouco tô chegando.” Heróis não ficam ali, babacamente tentando decifrar quem compõe a “galera”, como será essa “boa”, se o lugar é seguro, se existem f
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JULIANA LATINA DAVID (Ou: saudades de uma mochileira). Minha saudade te busca Em cada esquina de Montevidéu, Assim como andou se queimando, Na Cordilheira dos Andes A tua procura. Teimosa, buscou atenta Em cada rosa De cada casa rosada E em cada esquina florida Te encontrar e se tornou perdida. E para meu contragosto, Chorosa, minha alma egoísta Atravessou Buenos Aires, E todas as praças de maio, Pra tentar te encontrar nesse agosto. Meus olhos reclamam nostálgicos a imagem tua, Enquanto minha alma, nua, Mergulha no oceano imenso de tua ausência. Mas, demores o quanto puder! A Vida é uma imensa e maravilhosa aventura, E o tempo não torna jamais. O que torna são lembranças! Ninguém pode ser feliz em seu passado Nem em seu futuro. É no hoje! Belo, emocionante, Encantador e encantado! Sim, dileta amada... É no agora que bailam no éter A Paixão e a Alma apaixonada. Não antes. Jamais, depois. Os dias s
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De como sentir saudade... por Paulo da Vida Athos. Sim, a saudade é isso mesmo, essa presença da ausência de um lugar, de uma pessoa ou de um pedaço de nós que ficou no caminho. Um sentimento, uma sensação de alma, um perfume de lembrança que surge do nada, de uma esquina por onde não mais passamos ou um cheiro que a brisa trouxe. Quem tem saudade tem lembranças e quem tem lembranças tem recordações e quem tem recordações, é rico! Sinto carinho por todas as minhas saudades...
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TEMPO DE DESPERTAR Por Paulo da Vida Athos. A história de toda política de segurança da qual faz parte uma policia militarizada, é sempre uma estrondosa série de fracassos. Não se combate o crime com estratégia militar em uma cidade, impunemente. Ou ocorrerão os danos paralelos, no jargão militar, ou abuso contra o inimigo. Mas quando o inimigo fala a mesma língua e está sob a égide da mesma Constituição, como diria Juvenal Antena: -“muita calma nessa hora.” Wellington Gonzaga Costa, de 19 anos, Marcos Paulo da Silva, de 17, e David Wilson Florêncio da Silva, de 24, foram abordados por soldados do exército quando chegavam de uma festa, já próximos de sua casa, em uma favela no centro do Rio de Janeiro; discutiram com eles e foram encaminhados ao comandante do grupo militar que atua na região e, em seguida, conforme nota do Exército, liberados na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. Menos de 36 horas depois, foram encontrados mortos no Aterro Sanitá
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DIA DO ÍNDIO Hoje é o Dia do Índio. Não temos muito a comemorar. Aliás, apenas eles têm alguma coisa a comemorar no Brasil: não terem sido, ainda, extintos. No mais é dor mesmo. Quinhentos anos de ignomínia, humilhação, chacina, isso foi tudo que demos a eles nesse tempo, cara-pálida. E continuamos dando. O generalíssimo Augusto Heleno, não desmerecendo o nome imperial, afirmou no dia 16 próximo passado que nós “estamos cada vez mais aumentando a extensão das terras indígenas na faixa de fronteira e caminhando numa direção que me preocupa. Pode não ser uma ameaça iminente, mas ela merece ser discutida e aprofundada", e completou: " -Poderão representar um risco para a soberania nacional". A preocupação se dá em razão da “segurança nacional” e não em função da segurança de mais uma ou mais nação indígena em risco, que, à luz do direito e da razão, são as legítimas donas da terra que nós, caras-pálidas chacinadores, alcunhamos de Brasil.
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CRIANÇAS SÃO SEMPRE VÍTIMAS: MESMO AS CRIMINOSAS por Paulo da Vida Athos. “Jesus, porém, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus.” (Lc.18,16) Na Função Litúrgica da Sexta-feira da Paixão, na Catedral Metropolitana, ontem à tarde, sua eminência o arcebispo do Rio, cardeal Dom Eusébio Oscar Scheid, disse que ainda sejam protegidas pela legislação, as crianças que matam são assassinas. Assim se expressou sua eminência: “- São assassinas e criminosas, ainda que a lei não as puna”. Não satisfeito arrematou: “- Não se pode ser fraterno desrespeitando a vida de quem quer que seja, muito menos de criança inocente”. Imagino-o, rotundo, diante de uma fasta mesa, cercado por iguarias e vinhos de primeira, afinal sua eminência está acostumada ao fausto, e deliciando-se com sua própria imagem a deitar falação para a massa sobre o tema da campanha da fraternidade, que aborda segurança pública, assi