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Oração para Omulu /Obaluaê

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 Hoje,16 de agosto, é Dia de Obaluaê/Omulu. Oração para Omulu e Obaluaê   Pai, me curvo ao Seu amor, à Sua proteção. Ao longo de minha jornada, Pai, quantas vezes, não fosse esse amor imenso e profundo que me dedica, eu não estaria aqui. E nessas vezes pude ver a beleza de seu rosto, a luz de seu olhar, a força de Seu amor por mim, ao me sentir abrigado sob o manto de palha da Costa que cobre Seu rosto amado. Quantas vezes arrancou-me das mãos de Ikú, contrariando Olodumare, por achar que minha missão ainda não estava cumprida... Foram muitas, e, sei, sempre por amor. E hoje, em seu dia e dia em que Àiyé estremeceu com meu vagido, há setenta e três anos, quero mais uma vez agradecer toda proteção e todo o Amor que nunca me deixou faltar ao longo dessa minha também já longa caminhada nessa dimensão. Inimigos, não tenho, graças à Sua divina proteção. Energias negativas, físicas, mentais ou espirituais, nas poucas vezes me tocavam, num átimo de segundo você intervinha, me arrebatava, e me

Viagem

  Viagem Precisava disso, ver isso, ouvir isso, viver esse lugar. A vida é como esse vídeo, essa música, esse poema, essas imagens, nesse compasso mesmo de viagem em direção sempre do amanhã que nunca chega.  O amanhã que chega é uma ilusão que vivemos no hoje, também outra ilusão, que em segundos é ontem, num tempo sem chegança que se arrima apenas em nossos sonhos e delírios, ou na realidade dos loucos. É viagem de ida, apenas de ida, em que vamos deixando pedacinhos de ser e levando de outros pedacinhos que comporão o que somos, porque em verdade, e única, é que somos pedacinhos de ser até nos desintegrarmos e nos transformarmos em algo ou alguém que nunca existiu, para continuar a viagem, numa viagem sem fim. Paulo da Vida Athos. Rio, 31 de julho de 2023.

Convocação

Convocação Que a Vida urda seus dias e os borde com sonhos.  Curta muito, viva intensamente,  sorria, faz bem sorrir, mas se quiser chorar, chore, também faz bem, mas não esqueça de olhar o céu, o sol e as montanhas, as praias e a beleza das chuvas, de ouvir o canto dos pardais - hoje tão raros nas ruas de meu bairro - e o alarido das crianças quando em bando comemoram a saída das escolas, principalmente as dos jardins de infância (são as que mais próximas chegam dos pardais). Encante-se com as auroras, vibre com os por-do-sol, com o canto das cigarras e o desabrochar de qualquer flor. Liberte-se das mágoas,  não se culpe pois você não é culpada ou culpado por ter nascido, vivido, e vir com o destino traçado.  Lance fora tudo que não precisar em seu interior, viaje leve, jogue até a mochila fota. Viaje de verdade, se puder, mas se não puder, sonhe,  sonhar sempre é possível e mais barato, além de ser muitas vezes um barato.  Cavalgue o vento,  conheça países desconhecidos ou imaginári

Memória e verdade, inegociáveis

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Memória e Verdade, inegociáveis. Uma a uma vão se apagando as lembranças, como se habitasse a vida o esquecimento, e da terra evaporasse o sangue, e do éter os gritos dos nossos mortos. Porque esse silêncio?  Porquê esse descaso? Por onde andará minha criança? Eu quero saber!   Preciso saber para viver, pois não saber é viver a morte. Não aceitarei o desatino dessa incerteza, pelo menos, não calado! Se o destino é parado,  que espere, estou chegando. Que se calem as gentes, o Estado e os quartéis; que parem as rotativas, ou que continuem triturando a verdade e a história, semeando mentiras. Que se cale a consciência dos carrascos,  que continue calada a legião dos omissos; que se fartem, com o silenciar dos ais que habitam os porões; que esqueçam o balé  de meninos com dragões; que se satisfaçam com o silêncio dos canhões! Mas, não eu! Não calarei! Não darei aos algozes o prazer da rendição, que mais que isso é conivência, é silêncio de covarde, e, como ele, deve ficar insepulto, vísce