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Mostrando postagens de 2017

Amanhã é dia de Natal

Amanhã é dia de Natal. Sei que nem todos os meus amigos são cristãos e que alguns deles consideram uma data que se tornou comercial. Também não sou cristão e tenho bastante consciência do comércio que gira em torno dessa data religiosa. Mas isso da religião e o comércio cirandarem no tempo não é novidade para a humanidade. O registro mais antigo que posso apontar da existência desse vínculo, vem também de Jesus quando se insurgiu contra “os vendilhões do templo” (era assim que o padre de meu primeiro colégio se referia ao fato). Mas tirando isso, essa é uma data em que os verdadeiros cristãos, e, quando falo verdadeiros me refiro àqueles que, tal como seu Mestre, pregam o amor, o perdão, a tolerância, o senso de humanidade, a caridade, e que se insurgem contra a desigualdade e a injustiça social, rebelando-se, insuflando-se e insuflando, indo para as ruas, esclarecendo o povo, ficando ao lado do povo, tentando um mundo melhor para todos, como era o caso de Jesus, que, se

Revelação

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Revelação Encontrar-te foi como me reencontrar, completar-me com o pedaço melhor de mim. A forma, o lugar, o teu olhar, a tua luz, a energia e intensidade que circunscreveu de eternidade aquele instante, foram mágicos. Soube na hora estar diante da mulher para minha vida inteira, e que a Vida me preparara para encontrar a ti, naquele instante, para o restante e o eterno de todas as minhas horas. A poesia tem disso... Torna-nos sensíveis, sensitivos, e o poeta sabe quando está diante do não transitivo, do não explicável ao se revelar, como se, inteiro, já estivesse em sua vida antes da própria concepção. E essa  foi forma perfeita, finalizada, plena, absoluta, com que o amor se revelou em mim, através de ti, para desmentir o poeta: -Não! Não és um fingidor!, nascestes para viver o amor, que por ela sentes! Paulo da Vida Athos Dez/2017

Preciso de um velho ano-novo

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Preciso de um velho ano-novo Preciso de um novo ano que devolva a Vida que ficou numa esquina qualquer do tempo, perdida, a buscar ecos de sonhos e inocência, e de crianças nas ruas despojadas do medo de brincar de ciranda, de ficar sozinha, de alcançar o céu das amarelinhas, de pular corda, de rodar pião, de se apossar das calçadas, de pelada nas ruas, de jogar botão, de namorar a lua. Preciso de um novo ano velho que resgate o entusiasmo de despertar com sorriso no rosto, de me emocionar com barquinhos de papel, com as chuvas de verão, com bolas de gude, de pés no chão, em que seja proibido não se deixar levar pelo encanto do canto dos pardais, de se emocionar com o amor, de se render à paixão. Preciso de um velho-ano novo despido de preconceitos, onde se tente impor amor, não opinião, prevaleça o ser sobre o ter, a liberdade de credo, a disposição do corpo, a deposição do gênero, a ternura eterna. Amém! Um ano n

Meu filho

Tenho em minha vida o homem mais doce que existe, meu filho. Quem tem a felicidade de conhecê-lo, sabe disso. Um cara amigo, leal, com coração enorme como ele, um coração que se preocupa com a injustiça, com o cara que está na rua sem teto, com o mendigo que cata resto de comida nas lixeiras da cidade, com o futuro das crianças, com a solidão dos velhos, com as vítimas da violência, da fome, dos que tiveram suprimida a esperança. Conhecer meu filho é conhecer a essência do  humanismo, a pureza das crianças, o onirismo dos idealistas, a nobreza de um guerreiro nagô. Meu filho é um homem especial, um ser humano incrível, uma pedra valiosa e rara. Os problemas mais complexos ele consegue equacionar numa ação que muitos levam anos, décadas para compreender: vivendo. Ele me ensinou que viver nem sempre é mergulhar na vida da forma como compreendemos, ansiosos, como aprendi com meus avós, nos tornando náufragos na ansiedade que se transforma em mar. Para ele, viver é um ato s

Quando um juiz não é magistrado

Magistrado é aquele que, intimamente convencido, independente de forças externas ao processo que exijam a condenação, absolve ainda que colidindo com a vontade dessa maioria; e, igualmente condena, ainda que todos clamem pela absolvição de um réu, fundamentando sua decisão, em ambos os casos, de forma trasnparente como a imagem que se vê através de um espelho de cristal. Não fazendo dessa forma, é apenas alguém que ocupa uma das funções socia is mais importantes para a democracia, de forma ditatorial, pequena e arbitrária. Magistrado é aquele que se tiver que colocar condenados em liberdade, quando a prisão não apresenta condições mínimas para a execução da pena com dignidade humana, não teme fazê-lo diante da opinião pública ou midiática. Já aconteceu isso algumas vezes no Brasil. Sem advogados não existe democracia, é correto. Mas sem magistrados, ela nem nasce, e, se nascer, morre ao primeiro suspiro. No Brasil, regra geral, quando a mídia aponta para um juiz, ele é magistrado

Lisboa

Lisboa... Saudades dessa cidade, desse país, dos que lá estão, dos que já não voltam, dos que distam de meus olhos tristes...

Castigo

Castigo Ocupas minha memória em retalhos que vou recolhendo enquanto costuro uma história eterna e inacabada, que tem alicerce no nada, para desembocar em sonhos que levam a lugar nenhum. Te dei todo amor que eu tinha. Tu, não tinhas nada. Teu castigo não é ser vazia! É o nunca ter sentido amor algum... Rio, 1 de Janeiro de 2017. (Primeira visita do ano)