GRATIDÃO AOS VENTOS
por Paulo da Vida Athos
Ventos indomáveis de meu destino,
de mil destinos e tantas encruzilhadas,
e desses obstáculos todos pelos quais passo,
digam-me lá: de vós, quem é o Regente?
Quero isto apenas, e tão-somente,
para agradecer comovido os dias plácidos
que me contempla a vida em doces doses,
como se fosse mel a me escorrer na face,
como se fosse a paz de uma prece
alçada de um coração agradecido.
Quero tão-somente isto, apenas,
para amaldiçoar terrível as minhas dores
e esses temores que me assolam nalguns dias,
quando trafegam livres as minhas penas,
como se fosse sangue a me correr na face,
como se fosse um brado de furor e guerra,
como se fosse alado num estertor de morte.
Sim...
Preciso ser preciso em minhas digas,
sejam elas concebidas no cristal do amor
ou no aborto furioso de minhas iras!
Quero apenas o nome, o endereço certo
desse Regente fantástico e indecifrável
que urde absoluto os meus destinos,
misturando paz e ansiedade
tal como um jogo entre meninos...
Aí então, de posse do nome do regente,
poderei até dizer, contente: obrigado.
Por viver tudo... Vivo!
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