RES NULLIUS


por Paulo da Vida Athos

Mulher a quem procuro sôfrego,
Na multidão de rostos
Que desembocam em meus caminhos.
Feita de sonhos,
Em minhas poesias.
Feita de mil auroras e crepúsculos,
De estrelas que infestam as noites
E de abandono, ao findar do dia.

Mulher, a quem busco sem me importar:
Origem, cor, raça, religião.

Se realizada ou destruída,
Se virgem, descrente,
Politizada ou não.

Feita de marcas
Imprimidas pela vida.
De sol e de chuvas.
De montanhas e desertos.
De sentimentos despertos
E solidão sentida.

Espero por você: coisa de ninguém...

Pois ainda que distante e perdida,
Não existe nada abandonado no universo,
Que não tenha um pouco de meu amor disperso,
Que não seja um pouco de meu abandono, também.

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