sexta-feira, janeiro 02, 2015

Final de parceria

Final de parceria.

Tivemos vitórias inesquecíveis: greve, diretas já, chegamos juntos e estamos no governo há mais de 12 anos. Foi bom enquanto durou. Mas agora, assim como uma história bonita de amor, chegamos ao fim. Não me abalo, o que não pode morrer são meus sonhos e minha capacidade de sonhar e lutar para que se tornem realidade. Minha vida tem sido assim e vai continuar assim.

Em seu discurso de posse a Presidenta Dilma afirmou que não tocaria nos direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores. Muito bem. Mas quando 2014 se despedia do céu do tempo, vi que: 1) o período para o trabalhador poder pedir o seguro-desemprego pela primeira vez triplicou - de 6 para 18 meses; “carência” de 24 meses de contribuição do segurado para que o dependente obtenha os recursos - hoje basta que o trabalhador esteja contribuindo; uma nova regra de cálculo reduz o benefício que a família do trabalhador receberia, de "100% do salário de benefício para 50% mais 10% por dependente até o limite de 100%; fico por aqui. Isso basta para fazer a seguinte pergunta: isso é ou não é contra o trabalhador? 

Não me arrependo por ter lutado essas décadas ao lado do PT. Não me arrependo de ter lutado para que o PSDB, através de Aécio, chegasse ao governo, seria pior, muito pior, com a vitória da direita mais de extrema. Da mesma forma como não me arrependo, nesse momento, de me afastar politicamente do PT.

Conquistamos muito, nesse período curto.  Mas do que foi conquistado no passado inteiro da história do povo brasileiro, para o povo brasileiro.  Mas se aceito hoje que retirem um pedaço do conquistado ao longo da história, que moral terei amanhã para falar se resolverem tirar o todo?

Politicamente, procurarei novos companheiros, sempre mais à esquerda.

Não posso tolerar que direitos de trabalhadores sejam violados, sem me opor.

Continuarei sendo, a partir de agora, o que sempre fui: radical opositor aos que violenta, direitos do povo, dentre os quais aqueles conquistados pela massa trabalhadora. Não serei oposição estúpida, meu não tem razões claras, e, assim sendo, não posso continuar minha marcha ombro a ombro com o PT.

Meu caminho é a esquerda, o caminho do povo e dos trabalhadores também.

É lá no horizonte à esquerda é onde vivem meus sonhos, e não abro mão deles nem de sonhar.

E esses caminhos não se misturam com violências aos direitos que conquistamos com muita luta, suor e dor.

Agradeço aos companheiros de trincheira com quem dividi meus sonhos nas últimas três décadas e pouco. Permanecerão com meu carinho, amizade e respeito.

Mas na dúvida, sigo à esquerda...

Paulo da Vida Athos.

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