Mãe, tenho um mar em mim,
um imenso e tormentoso mar.
Exaurem-me os ventos que açoitam-me,
queima-me o sal das lágrimas que incandescem meu rosto.
Estou exausto e, como é grande o mar!
Não vejo porto, nem ilhas,
nem chuvas
para apagar tanto sal,
nem noites
para aplacar tanto sol,
e parece faltar tanto para chegar...
Nunca procurei porto,
você sabe,
meu porto sempre foi minha âncora
e o resto é caminho,
riso, dor,
amor e mar,
muito amor,
muito amar.
Estou cansado, minha mãe.
Cansado de navegar.
O tempo do samba se foi,
é tempo de descansar.
Coloco minha vida em seu colo.
Coloco em seu oceano meu mar...
Odoiá!
Eruìa, minha Mãe! Odoiá, Mãe Senhora! Salve minha Mãe Iemanjá Ogunté!
Ao Povo do Santo: okolofé, mucuiú, motumbá, axé, saravá!
David de Oxossi (Paulo da Vida Athos - PRAD)
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