A Vida é uma Mulher
A Vida é uma Mulher
Caminhei pela terra, não com passos qualquer, nem com medidas ou bússolas, caminhei vivendo os passos dados, certos ou errados, mas nunca despretensiosos. A maioria bate no peito e clama bem alto: -“Não vim aqui a viagem!”; pois eu vim. E viria outras vezes, se tal fosse possível.
Veria mais cachoeiras e mares, contemplaria mais desfiladeiros, mergulharia em águas de tantos rios que não conheci, subiria mais montanhas me apresentando a flores que meu olhar nunca olharam ou perceberam.
Veria tudo igual, mais muito, muito mais intensamente e dormiria menos, para ter mais horas cobertas de descobertas, de cheiros e de perfumes, de cores e luzes, e das curvas sempre femininas que se desenham nas serras.
Curiosamente o belo é, em sua maioria, do gênero feminino; e quando não é se desdobra a quase não ser para se tornar o que não era para poder se dar.
É o caso dos oceanos, que depois são mares, ambos por todos (apenas) navegáveis, até se tornarem praia e, só aí, têm a plenitude da entrega, do dar e do receber, nesse encontro com a Terra e a Humanidade.
O feminino está no começo e no vim de tudo, e no interstício também: a Mulher, a Vida, a Morte. Três femininos.
As sensações e sentimentos mais intensos e profundos que nos habitam ou nos visitam ao longo dessa viagem, em sua maioria são femininos. Muitos discordam impondo o Amor. Esses, nunca se apaixonaram. A paixão é o amor indômito, que não se rende, que se consome em sua própria intensidade vez que nada mais teria esse poder. Li um dia, em algum lugar, que “a paixão é o amor em chamas”, e concordo.
Nada é mais presente em minha vida que a Mulher. Nasci de uma, que me abrigou em seu ventre por meses. Hoje, analisando, tirando a mulher que me colocou no mundo, sete outras mulheres foram e são de importância vital em minha vida. Bem cabalístico o número, afinal, a mulher é uma mandala. Sem qualquer uma delas, ou eu não estaria aqui, ou não teria graça estar aqui. Muito menos, sentido.
Ao meu lado ou na distância, sei que me amam e sabem que vivem em meu amor (ainda que as vezes misturado com a saudade).
Tudo que existe em mim de bom e belo, todas as minhas recordações mais bonitas, todas as lembranças assim como toda a esperança com que sempre olho para o amanhã, aprendi um pouco com cada uma delas.
Por tudo isso as amo. As amarei, sempre!
Hoje é 8 de março de 2010, Dia da Mulher.
Para mim, são todos os dias de minha vida.
Paulo da Vida Athos.
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