SOL NEGRO
SOL NEGRO
por Paulo da Vida Athos.
Um sol negro
- eu sei –
Faz da tua vida um ébano.
Se tens que chorar
Ou lutar,
Tu não te apercebes
Enquanto a própria dor,
Vãmente,
Tenta embaciar tua esperança!
Um réquiem pop
- eu sei –
Em surdina faz fundo em tua vida.
Estás perplexo, admirado,
Contemplando o passar do tempo
Transformando o presente em passado
E o passado mais passado ainda.
De repente... pegas no pincel!
No ambiente translúcido
Que te cerca
Crias
Sem negro sol
O azul do céu.
Pronto... completas tua quimera.
No céu abres uma janela
E surge então
O mundo que te foi arrebatado.
Anda!
Transfira teu espírito
A esse mundo
- e eu sei ... –
Sonhando,
Não serás tão magoado.
Ilha Grande, 1976.